Educación Física y Vida en la Naturaleza

SOBRE MULHERES E MONTANHAS

  • Luciana Gomes Moro (Acadêmica do curso de Educação Física Bacharelado da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM)
  • Angelita Alice Jaeger (Docente da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM)
Resumen

O montanhismo é uma atividade associada ao risco e à incerteza, o que atrai seus participantes a buscar emoções e explorar o desconhecido. Essa prática para fins recreativos começou a ser moldada no final do século XVIII na Europa, sendo que a maioria das ascensões eram realizadas por homens da elite inglesa. No decorrer dos anos, o montanhismo continuou sendo uma atividade associada à construção da masculinidade hegemônica, sendo, portanto, considerada inapropriada às mulheres, cuja educação estava restrita ao espaço doméstico. No entanto, desde o início do montanhismo, sempre houve mulheres nesse ambiente, mulheres desobedientes que infringiram normas socioculturais e padrões de gênero para escalar elevados montes. No Brasil, o montanhismo, especialmente o feminino, foi difundido através dos/as imigrantes no início do século XX. E hoje, apesar de não haver dados precisos, é perceptível que ainda é um espaço dominado por homens. Assim, a presente pesquisa bibliográfica teve como objetivo apresentar alguns feitos de mulheres protagonistas na história do montanhismo, com vistas a compreender as representações de gênero através dessas narrativas. Para tanto, buscamos artigos publicados entre 2016 e 2023 e livros que abordassem sobre a história de mulheres no montanhismo, independentemente de nacionalidade ou idioma. A maioria das publicações encontradas estão em língua inglesa e narram as conquistas de montanhistas europeias. Desde o início do montanhismo moderno, as mulheres confrontaram os estereótipos que marcam as suas vidas e realizaram atos heroicos. Com muita força e determinação, pioneiras como Henriette d’Angeville, Lucy Walker e Natalia Janothowna ascenderam montanhas no século XIX, conquistando cumes classificados como difíceis. Além disso, para melhorar o melhor desempenho no montanhismo, Janothowna e Henry Warwick Cole, transgrediram o conservadorismo da Era Vitoriana e passaram a vestir calças para a prática da modalidade, deixando os vestidos de lado. As análises mostram que, no início do século XX, já havia expedições lideradas por mulheres, confrontando uma sociedade que as considerava incapazes de fazer escolhas, necessitando da tutela masculina. Através de seus feitos, essas pioneiras transgrediram normas sociais e de gênero que marcavam o montanhismo e, desse modo, inspiraram e encorajaram outras mulheres a se engajarem nesse meio. Por conta dessas pioneiras, ao longo das décadas, várias outras mulheres foram conquistando espaços e ganhando notoriedade na modalidade. Por fim, essas protagonistas ensinaram que há espaço, tanto para os homens quanto paras as mulheres no montanhismo, só não há lugar para o preconceito e a discriminação de gênero.

Palavras-chave: mulheres-pioneirismo-montanhismo